Em entrevista ao Manhã 105, nesta terça-feira (25), o vereador Policial Federal Suender (PL) falou das investigações acerca dos áudios vazados de seu colega Delcimar Fortunato (PSDB) e os próximos passos da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Saúde.
Embora nunca tenham avançado no campo municipal, por meio da Comissão de Ética da Câmara de Anápolis, as denúncias contra Fortunato estão caminhando no âmbito federal. Na última semana, o Ministério Público de Goiás (MPGO) confirmou que repassou o inquérito, que envolve o neotucano, à Polícia Federal (PF).
Suender ressaltou a “parceria” entre MP e a PF, salientando que dificilmente a investigação não irá avançar no campo nacional. Se vai “acabar em pizza ou não”, o vereador desconhece, porém complementou que o foco do inquérito deveria ser nos fatos expostos nos áudios de Delcimar Fortunato, e não na postura do colega de Câmara, a princípio.
“E são graves as denúncias, né? Utilização de caixa dois em campanha política, a gente tem um exemplo aqui, segundo o áudio do Delcimar, o prefeito tinha oferecido um valor de trezentos mil reais para o apoio. Se para o apoio era apenas 300 mil reais, imagina de onde que esse dinheiro sairia”, relembrou, sem esquecer de citar o ex-governador Marconi Perillo, também mencionado nos áudios vazados no início do ano.
CEI da Saúde: dá prazo?
Propositor da CEI da Saúde, Suender finalmente conseguiu ver sua denúncia caminhar. Embora, por pouco tempo. Depois de ter acumulado as oito assinaturas necessárias para dar seguimento à Comissão, o processo agora esbarra em dois pontos: falta de empenho da Câmara e o tempo apertado para sua conclusão.
“A ideia era que fosse lido (o requerimento) na sessão plenária no mês de junho, porque nós estaríamos aí com vinte dias, trinta dias com a CEI instalada e já funcionando, né? Nós passaríamos o mês de julho com a investigação ocorrendo. Agosto, setembro, outubro, eu acredito que novembro já estaria pronto o relatório. Infelizmente, administrativamente, na forma legal, dentro dos meios do Poder Legislativo, não foi aceito”, argumentou, criticando a postura do presidente da Casa, Domingos Paula (PDT).
O outro entrave é com relação ao tempo. A legislatura atual da Câmara de Anápolis finda em dezembro, e a ampla maioria dos vereadores dividirão suas atenções com seus próprios projetos políticos: seja para reeleição na Casa ou voos para rumos diferentes. De qualquer forma, o decorrer da CEI da Saúde vai ficar para agosto, após período de recesso no Legislativo.