Apesar de surgirem novas modalidades de atividades físicas, a desistência com o passar do tempo é muito comum. A cada dois brasileiros, pelo menos um não se exercita o suficiente. Segundo estudo global da Organização Mundial da Saúde (OMS), embora a dificuldade em incorporar uma rotina de exercícios físicos não se limite ao Brasil, a média da insuficiência no mundo está longe dos péssimos índices brasileiros (47%), atingindo pouco mais de 1/4 da população (27,5%).
Segundo o mestre professor de educação física da Estácio, Marcelo Carneiro, deixar uma vida desregrada para trás não é tarefa simples, e nem sempre está relacionada apenas à falta de tempo ou preguiça. “A atividade física é cansativa e estressante para o nosso organismo. Em uma rotina de trabalho, estudos, filhos, trânsito, casa e pandemia, tudo se torna mais estressante e tendemos a não priorizar o exercício físico. Porém, o estresse adquirido por ele é benéfico e importante para manter um organismo saudável, estimulando hormônios corretos”, explica o especialista.
Marcelo afirma que, uma rotina diária de atividades bem estabelecidas, é o segredo para uma melhor qualidade de vida. “A primeira coisa é pensar no exercício como um hábito, que é difícil de ser adquirido. Por isso, é fundamental estabelecer um objetivo que te motive, seja emagrecer, fortalecimento, melhorar qualidade de vida, entre outros. Tive uma aluna, como personal trainer, que o objetivo dela era fortalecimento para conseguir ficar mais tempo segurando o neto no colo. Isso acabou motivando-a para estar na academia”, relata.
Para o docente da Estácio, o segundo passo para incorporar uma atividade física na rotina é entender as limitações do organismo. “Estamos condicionados a acreditar que atividade X ou Y é superior a outra, e isso é errado. Toda atividade física, quando bem realizada, é benéfica para o ser humano. O importante é identificar o seu objetivo e alinhar com um exercício que dê prazer”, indica.
Marcelo reforça que temos a ilusão de que a musculação ou o crossfit desenvolve mais do que um treino funcional, e isso não é verdade. “O mais importante é realizar algum tipo de exercício físico, seja dentro ou fora de uma academia. Como: natação, futebol, dança, etc, sem se esquecer da orientação de um profissional adequado”, argumenta.
O terceiro passo, segundo ele, é trazer de fato essa atividade para a rotina. “É difícil organizar nossa agenda para ir à academia ou fazer algum exercício, e na prática não funciona. Por isso, muitas pessoas fazem a matrícula e desistem depois do terceiro mês. O certo é encaixar a atividade dentro do nosso cotidiano, sem precisar remanejar grandes obrigações”, indica o educador.
Além disso, Marcelo orienta sobre a necessidade de se estabelecer metas para incorporar a essa rotina. “É importante não começar em um ritmo acelerado. Organize atividades mais acessíveis e possíveis de acordo com a sua realidade. Faça uma caminhada de 15 minutos, leve seu cachorro no parque ou algo do tipo. O organismo demora cerca de três meses para se acostumar de fato com aquele exercício, então se alinhe de acordo com esse prazo e resista pelo seu objetivo”, motiva a profissional.
A grande dica, para Marcelo, é seguir todos esses passos sem esquecer do fundamental para o organismo. “Não adianta incorporar práticas de atividade física na rotina, sair do sedentarismo, realizar o exercício corretamente e esquecer da alimentação balanceada e da hidratação. Faça um plano alimentar, também seguindo seus objetivos e realidade, com um profissional e não se esqueça, beba água!”, finaliza.