Um novo mecanismo lançado pelo Ministério da Saúde busca monitorar a poluição atmosférica nas cidades do país e seus impactos na saúde. E o cenário observado em Anápolis não é nada animador, com o município apresentando uma média superior a encontrada nos âmbitos estadual e nacional.
O ‘Painel Vigiar: Poluição Atmosférica e Saúde Humana’ considera a presença de partículas finas (MP2,5) no ar. Segundo a Organização Mundial da Saúde, tais elementos, quando expostos de forma prolongada ao corpo, representam quadros nocivos ao ser humano.
Devido ao seu tamanho microscópico, podem penetrar no trato respiratório inferior. E, com isso, alcançar os alvéolos pulmonares, entrar na corrente sanguínea e causar uma série de efeitos na saúde humana, tais como doenças respiratórias, cardíacas e até câncer. Entre os grupos mais sensíveis estão crianças, idosos, gestantes e populações com pré-condições de saúde.
Em Anápolis, a média de concentração dessas partículas finas em 2023 foi de 10,34, uma quantidade maior que as médias goiana e brasileira. A média em Goiás é de 8,27 e a nacional é de 9,9. O município, inclusive, apresenta um acúmulo maior destes elementos do que Goiânia, com 10,18.
A origem dos MP2,5 vem de fontes variadas como veículos, indústrias, incêndios florestais e atividades humanas. Anápolis contempla grandes indústrias no Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia), uma grande quantidade de carros e motocicletas, além do tempo seco ser um agravante presente no município.
Impacto da chuva
Um ponto impactante para a alta média de poluição no ar de Anápolis é o período da estiagem, que inclui parte considerável do ano. Especialistas apontam que em ambientes secos, as partículas têm maior facilidade de circulação.
Os dados expostos no painel corroboram em como a falta de chuva pesa na maior incidência das partículas. Os meses principais de estiagem (agosto, setembro e outubro) em 2023 apresentaram as maiores médias de concentração: 11,72, 12,38, e 13,22, respectivamente.